31 dezembro 2011
A manter em 2012.
[Numa altura em que todos fazem resoluções de Ano Novo, hoje de repente, pensei que há coisas que gostaria que não mudassem em 2012.]
29 dezembro 2011
27 dezembro 2011
23 dezembro 2011
19 dezembro 2011
Barragens.
Houve um dia em que tombaram árvores
cortadas pela raiz.
Cortado todo o mal, fica a dor da recuperação lenta
As quedas pelo caminho
que ainda havemos de percorrer
O fim de um sonho.
cortadas pela raiz.
Cortado todo o mal, fica a dor da recuperação lenta
As quedas pelo caminho
que ainda havemos de percorrer
O fim de um sonho.
14 dezembro 2011
13 dezembro 2011
12 dezembro 2011
11 dezembro 2011
You´re the ocean.
[…]
"I can't hear you
But I feel the things you say
I can't see you
But I see what's in my way
Now I'm floatin'
Cause I'm not tied
to the ground
Words I've spoken
Seem to leave a hollow sound
[…]
Need distraction
Need romance and candlelight
Need random violence
Need entertainment tonight
Need the evidence
Want the testimony of
Expert witnesses
On the brutal crimes of love
[…]
I'm not present
I'm a drug
that makes you dream
I'm an aerostar
I'm a cutlass supreme
In the wrong lane
Trying to turn
against the flow
I'm the ocean
I'm the giant undertow"
[Em loop.]
10 dezembro 2011
09 dezembro 2011
A(r) dor.
é ter o coração exposto,
como nas cirurgias
e despejarem ácido, cuidadosamente,
quando temos o peito aberto.
Dor é ser o morto em exposição no velório
[vejam, olhem bem, estou composto,
com bom aspecto, asseado, bem vestido,
apenas ligeiramente pálido, a morte é um pormenor]
Dor é partir. Virar costas.
Ir no sentido oposto ao que queremos
e não ceder à tentação de olhar para trás.
Dor é, de repente, cairmos em nós
sem ninguém que nos ampare na queda.
Preciso de um analgésico, por favor.
Daqueles potentes.
Que me permitam tão só continuar a respirar.
Mas sem prescrição, que não tenho paciência para a caligrafia mal desenhada do receituário.
Hoje.
07 dezembro 2011
06 dezembro 2011
02 dezembro 2011
01 dezembro 2011
27 novembro 2011
So, please…
A acompanhar a respiração ainda atribulada da piolha, sento-me ao fundo da cama com o computador.
22 novembro 2011
No ar.
[Rabiscos e palavras, 11 de Outubro de 2004]
O sol queimaO nevoeiro que passa lá fora, infinitamente leve,
carrega o peso de histórias de todo o mundo.
Transportará as minhas?
Vamos a 980Km/h e nem assim consigo agarrar o que está dentro de mim.
É quase tudo infinitamente belo,
mas quando há um quase, nunca há o infinito.
O que está dentro de nós é bem maior.
Olhei para baixo
Está tudo suspenso, sem fios, sem rede,
parado no tempo.
Estamos acima das sombras.
[Islândia]
E, subitamente, a quebraa ruptura no céu,
o branco continua em terra
perdido de pessoas
inundado de alma.
[E é perante a imensidão que tenho de preencher os formulários de entrada nos EUA]
Mantém-se a paz, a perder de vista,cheia de ondulações sinuosas e abismos abruptos.
Equilíbrio.
A natureza tem a mais fiel balança de todas.
20 novembro 2011
19 novembro 2011
18 novembro 2011
05 novembro 2011
Iluminação natural.
[Fotografia: Sandra Afonso]
Saudades quotidianas de noites que se prolongam em madrugadas com candeeiros pendurados em árvores. As árvores, como ligações que crescem e se enraízam com o passar das estações. Momentos que se guardam no coração. Mesmo que sangre.
Saudades quotidianas de noites que se prolongam em madrugadas com candeeiros pendurados em árvores. As árvores, como ligações que crescem e se enraízam com o passar das estações. Momentos que se guardam no coração. Mesmo que sangre.
03 novembro 2011
27 outubro 2011
Alfa pendular.
ar rasto poças de sangue
sol tam-se letras das mãos
o chão é uma sopa sem sentido
devia haver varre dores de palavras
[passo no Entroncamento a 174 Km/h
o relógio marca 14:53
e a temperatura, lá fora, hesita entre os 26 e os 27ºC]
sol tam-se letras das mãos
o chão é uma sopa sem sentido
devia haver varre dores de palavras
[passo no Entroncamento a 174 Km/h
o relógio marca 14:53
e a temperatura, lá fora, hesita entre os 26 e os 27ºC]
23 outubro 2011
17 outubro 2011
15 outubro 2011
Afinal…
É preciso termos alguém nosso até à última gota de sangue?
Continua o medo de partir o que ainda não está inteiro.
É tão fácil partir coisas e pessoas.
Como as coisas, basta largar.
Existe uma força de gravidade específica para as almas que, desamparadas, se estilhaçam.
Partir é fácil.
Depois do coração ceder, tudo se desfaz.
Não há como agarrar pedaços de pele e mantê-los juntos.
Não temos mãos para tanto, o pó passa nos intervalos dos dedos.
Sai o sangue, suja a cama, invade o olhar.
Chora, se conseguires. Dizem que faz bem mas não é tão fácil como parece.
Não cries expectativas.
Vive só o agora e não penses no que vem, porque pode não vir nada.
E depois, seguem-se mais estilhaços e dor e o sangue que se espalha por ti e à tua volta.
Não queres que te processem por contaminares a rua com o que não consegues guardar, pois não?
Olha, tens uma fenda no braço. Não, não é nesse.
É no esquerdo… mais acima, junto ao ombro.
Cuidado para não começares a perder membros.
Há quem diga que o processo é doloroso e irreversível.
Começa devagar, sem dares por nada e quando finalmente percebes já é tarde.
Espalha-se pelo corpo todo e ataca os orgãos vitais, como no amor.
Definhas e ninguém percebe porquê. Nem tu.
Acordas 5, 6, 7 vezes durante a noite apenas porque sentes que falta o que ainda não conseguiste identificar.
Um destino.
O teu sangue não tem para onde correr.
Não dás voltas na cama.
Ao invés do cliché ficas muito quieto, na esperança que o tempo passe sem te atropelar e te mandar para as urgências.
Na esperança que toda a dor se esqueça que existes e vá fumar um cigarro.
Que difícil é respirar, quando nos sentimos como um peixe fora de água.
09 outubro 2011
Andamos todos a fazer equilibrismo.
[Fotografia: Luce Tremblay-Gaudette]
PSY - Les 7 doigts de la main. Esta e outras imagens fizeram a tarde de hoje…
04 outubro 2011
Expressões.
Marissa Nadler - Bird On Your Grave from Joana Linda on Vimeo.
Às 6:16, sem sono, eis o que me passa pela cabeça: O "bom gosto" é uma expressão que me arrepia. É como "objectos com design". Cheira-me a mofo ou naftalina e a discursos e mentes pré-formatadas e dogmáticas. Mas isto sou eu e o meu mau feitio matinal (?) a pregar-me partidas.02 outubro 2011
26 setembro 2011
22 setembro 2011
05 julho 2011
Limpo. Limbo.
“Ser bem trajado no escrever é de certo modo um hábito social; uma condição de promoção social; mas a quem não tem como suprema ambição a de ser promovido lhe bastará ser limpo” Agostinho da Silva
Limpo. Limbo.
Almas esterilizadas (aterrorizam-me).
Uma dúzia de Padres-Nossos, outras tantas Avés-Marias e está feito o negócio.
Sais, e não pensas mais no que fizeste.
Limpeza empacotada, pronta a comprar.
Preferes viver numa lixeira?
Não há incineração que te valha.
O que pensas fica às vezes escondido e, quando menos esperas, ataca-te pelas costas, como um cobarde à traição. Sem piedade.
Nem as palavras te ajudam a estancar o sangue. Sujam a folha.
A árvore que abateram, desmembrada, transforma-se na cama de vocábulos inquietos e sem sono. Desordenados.
Não sou limpa.
Imagino o limpo calmo e ponderado. Perfeitamente organizado.
Come, com cuidado, sopa, prato e sobremesa a horas certas, e não gosta de migalhas imprevistas. O limpo veste azul médio perfeitamente engomado e ouve Celine Dion.
Tédio.
Viajo de palavra em palavra, sem rumo aparente.
Ando às voltas mas nunca consigo voltar ao mesmo sítio com a precisão de um GPS.
Assim que me aproximo há qualquer coisa que me leva…
Um som na rua, a respiração ritmada da Nazaré, um cartaz rasgado que tenta sobreviver.
Os travões insuportáveis de um autocarro.
Esta cidade que insiste em seduzir-me.
A tua mão.
Passeio nos teus dedos como se tivesse 17 anos e fosse levantar vôo. Estamos agora deitados de costas, na relva morna, e contamos um ao outro histórias do futuro.
Rimos de tudo, até de nós.
Limpos, rimos da morte.
A nossa torna-se mais fácil, quando já vivemos a (morte) dos outros.
E a Nazaré novamente… “Mãe, podemos morrer de mão dada?” Todos os movimentos congelam perante a ingenuidade transparente da pergunta.
Paralizo.
A rotina desenha rostos anestesiados, invade entranhas. A rotina circular e previsível é uma doença terminal a que quase todos sucumbem.
Não queremos demasiadas surpresas.
Podemos não resistir ao choque de sentir, efectivamente, o sangue que nos corre nas veias.
Viver com rede.
Planear.
Saber o que vai acontecer hoje à noite, amanhã, daqui a uma semana ou um ano.
Aos Domingos almoço de família, às segundas-feiras cinema, e aos Sábados praia e piscina, em fins-de-semana alternados.
Se somos animais de rotinas, o que nos resta?
Flutuam palavras à minha volta.
Rasgar, romper, escandalizar.
Grito.
Fala baixo, que ninguém te ouça. Não te destaques.
Desde que te mantenhas ali mais ou menos a meio da curva de Gauss ninguém te chateia.
Estrangula a rotina.
Retira-lhe o ar, muito lentamente.
Ela merece sofrer todas as conversas de circunstância que te fez passar.
A única palavra é vida.
Vai.
A noite fez-se má mas tu queres conduzir 600 Km às quatro e meia da manhã, só porque tens uma necessidade visceral de dar um beijo a quem amas.
Vai, e nunca te arrependas.
Limpo. Limbo.
Almas esterilizadas (aterrorizam-me).
Uma dúzia de Padres-Nossos, outras tantas Avés-Marias e está feito o negócio.
Sais, e não pensas mais no que fizeste.
Limpeza empacotada, pronta a comprar.
Preferes viver numa lixeira?
Não há incineração que te valha.
O que pensas fica às vezes escondido e, quando menos esperas, ataca-te pelas costas, como um cobarde à traição. Sem piedade.
Nem as palavras te ajudam a estancar o sangue. Sujam a folha.
A árvore que abateram, desmembrada, transforma-se na cama de vocábulos inquietos e sem sono. Desordenados.
Não sou limpa.
Imagino o limpo calmo e ponderado. Perfeitamente organizado.
Come, com cuidado, sopa, prato e sobremesa a horas certas, e não gosta de migalhas imprevistas. O limpo veste azul médio perfeitamente engomado e ouve Celine Dion.
Tédio.
Viajo de palavra em palavra, sem rumo aparente.
Ando às voltas mas nunca consigo voltar ao mesmo sítio com a precisão de um GPS.
Assim que me aproximo há qualquer coisa que me leva…
Um som na rua, a respiração ritmada da Nazaré, um cartaz rasgado que tenta sobreviver.
Os travões insuportáveis de um autocarro.
Esta cidade que insiste em seduzir-me.
A tua mão.
Passeio nos teus dedos como se tivesse 17 anos e fosse levantar vôo. Estamos agora deitados de costas, na relva morna, e contamos um ao outro histórias do futuro.
Rimos de tudo, até de nós.
Limpos, rimos da morte.
A nossa torna-se mais fácil, quando já vivemos a (morte) dos outros.
E a Nazaré novamente… “Mãe, podemos morrer de mão dada?” Todos os movimentos congelam perante a ingenuidade transparente da pergunta.
Paralizo.
A rotina desenha rostos anestesiados, invade entranhas. A rotina circular e previsível é uma doença terminal a que quase todos sucumbem.
Não queremos demasiadas surpresas.
Podemos não resistir ao choque de sentir, efectivamente, o sangue que nos corre nas veias.
Viver com rede.
Planear.
Saber o que vai acontecer hoje à noite, amanhã, daqui a uma semana ou um ano.
Aos Domingos almoço de família, às segundas-feiras cinema, e aos Sábados praia e piscina, em fins-de-semana alternados.
Se somos animais de rotinas, o que nos resta?
Flutuam palavras à minha volta.
Rasgar, romper, escandalizar.
Grito.
Fala baixo, que ninguém te ouça. Não te destaques.
Desde que te mantenhas ali mais ou menos a meio da curva de Gauss ninguém te chateia.
Estrangula a rotina.
Retira-lhe o ar, muito lentamente.
Ela merece sofrer todas as conversas de circunstância que te fez passar.
A única palavra é vida.
Vai.
A noite fez-se má mas tu queres conduzir 600 Km às quatro e meia da manhã, só porque tens uma necessidade visceral de dar um beijo a quem amas.
Vai, e nunca te arrependas.
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