19 abril 2014

Guardar.


























Somos armazéns.
Empilhamos caixas do que não conseguimos guardar em lado nenhum.
Às vezes cai tudo.

Cansamo-nos de varrer as mesmas palavras do chão, algumas ficam mal penduradas na falha da parede que não foi arranjada quando devia.
Não há orçamentação que aguente tanto rombo no coração.

Somos armazéns.
Deviamos organizar tudo, catalogar.
Ter um arquivo e um motor de pesquisa.
Não confundir.

Mas depois há o choro da noite, há o sol que nasce mais cedo do que estamos habituados.
Depois, há o poder da vida de quem nos seduz só por existir.

07 abril 2014

O vento não se agarra com as mãos.

O vento não se agarra com as mãos.
É como o amor ou a tristeza ou a saudade.
Inspira-se, enche-nos o peito, fica.
Em terras estéreis, varre-nos a alma e os olhos de pó.
Expande-se e corre nas veias.
Rebenta com o sono e as convenções ridículas.
Como a liberdade.